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TEXTOS, CRÔNICAS, REFLEXÕES

Por que os cinco elementos são tão importantes na acupuntura?

O conceito chinês diz que cada pessoa tem um "contrato com o Céu" e uma obrigação individual de atingir seu próprio destino. Em outras palavras, cumprir seu programa de vida, suas metas existências. ​​

Para se preencher o potencial máximo por meio do tratamento com Acupuntura há que se harmonizar o Qi (Energia) do paciente com o Qi do Céu e da Terra. Em harmonia, há vitalidade. Tal união faz a pessoa inteira. A Acupuntura Constitucional dos Cinco Elementos (Fogo, Terra, Metal, Água e Madeira) se empenha em acentuar e harmonizar esses Elementos a fim de assentar a mente e o espírito do paciente para que as emoções se tornem apropriadas.



A compreensão dos Cinco Elementos é o centro do diagnóstico que fundamenta a Acupuntura Constitucional dos Cinco Elementos, pois pode possibilitar ao terapeuta conhecer a vulnerabilidade energética do paciente a partir do “Fator Causativo” (FC) ou desequilíbrio energético constitucional, ou seja, a compreensão de sua fisiologia energética por meio de método analítico.


Dinâmica das interações dos Cinco Elementos Um elemento integra o outro, tem consequências no outro, sofre as consequências de outro, exatamente como acontece com tudo o que existe no universo. Madeira queima, produz FOGO, cujas cinzas forma a TERRA, dentro da qual se condensa o METAL que expulsa de si a ÁGUA, da qual brota a MADEIRA. Desse modo Madeira nutre Fogo, que gera Terra, que engendra Metal, que gera Água, que nutre Madeira (Ciclo de Geração de Energia).

Por outro lado, a Água pode apagar o Fogo, que funde o Metal, que corta a Madeira, que esgota a Terra, que absorve a Água. Assim, a Madeira controla Terra, Terra controla Água, Água controla Fogo, Fogo controla Metal, Metal controla Madeira (Ciclo de Dominação de Energia). Além disso, é possível que Madeira ofenda Metal, Metal ofenda Fogo, Fogo ofenda a Água, Água ofenda Terra, Terra ofenda Madeira (Ciclo Perverso). Nem excesso que entope, nem deficiência que esvazia, a energia vital engloba todos os contrastes, e este equilíbrio interno, juntamente com o equilíbrio com o meio externo, garantem a vitalidade positiva que protege dos fatores etiopatogênicos (Vento, Frio, Calor, Secura, Umidade).


As causas psíquicas podem provocar a desordem de todo o sistema energético dos meridianos. A esse respeito, a medicina chinesa classifica as tendências comportamentais que podem desorganizar o sistema, correlacionadas respectivamente aos órgãos e vísceras mais atingidos:

  • cólera e arrebatamento, que conduz à agressividade – fígado e vesícula biliar;

  • excesso de alegria ou euforia - coração;

  • excesso de preocupação ou reflexão – baço-pâncreas;

  • tristeza, mágoa ou ressentimento que levam ao abatimento – pulmão;

  • temor e medo que geram necessidade de proteger-se – rim.


A manifestação de emoção revela a natureza do distúrbio (excesso ou insuficiência) que afeta o órgão. Correspondência do estado órgão e sua manifestação:

  • Energia do baço deficiente - Depressão, astenia mental

  • Energia do baço em excesso - Obsessão, ideia fixa

  • Energia do rim deficiente - Indecisão, apreensão

  • Energia do rim em excesso - Autoritarismo, extravagância

  • Energia do pulmão deficiente - Angústia

  • Energia do pulmão em excesso - Excitação excessiva

  • Energia do fígado deficiente - Medo

  • Energia do fígado em excesso - Raiva

  • Energia do coração deficiente - Choro

  • Energia do coração em excesso - Riscos ininterruptos


Diferentes aspectos das emoções segundo a Medicina Tradicional Chinesa O excesso emocional agride o órgão correspondente:

  • a Raiva excessiva resultará na ascensão do Qi (Energia); isso acarretará distúrbio na função de drenagem, e o Qi do Fígado seguirá em ao contrário, seguido do sangue que levará à perda brutal de sentido; Isso equivale a dizer que a pessoa se tornou “ cega de raiva”.

  • o excesso de Alegria (Euforia) dissolve o Qi; com a dispersão do Qi do Coração não é possível se concentrar;

  • a Tristeza exacerbada reduz o Qi; a depressão do espírito fará diminuir, até o desaparecimento, o Qi do Pulmão;

  • o Pensamento excessivo bloqueará o Qi; o excesso de preocupação desgasta o Qi do Baço que não terá força para efetuar a função de transporte;

  • o Medo excessivo fará descender o Qi; diminuirá a solidez do Qi dos Rins, relaxará os esfincteres o que resultará na incontinência urinária e anal.


Em casos de atividade orgânica regular e mente sólida, o Qi Correto (saudável) rechaça o Qi Perverso (patológico). A resistência ou fraqueza corporal é determinada por:

  • constituição física: qualidades transmitidas hereditariamente;

  • estado mental: que age imediatamente na atividade funcional do Qi e do sangue dos órgãos;

  • mesologia: hábitos desregrados e excessivos perturbam a atividade fisiológica;

  • alimentação e exercícios físicos: dieta irracional combinada com sedentarismo enfraquecerá o sistema de defesa;

  • resistência adquirida por condicionamento: o que envolve a conservação e a força do Qi Correto aliada ao afastamento ou preservação quanto ao Qi Perverso.


Em acupuntura, a atividade psíquica não se separa da orgânica. De modo que uma falha em um órgão produzirá alteração no comportamento psíquico correspondente. E, inversamente, uma tendência psíquica excessiva perturbará a função orgânica. Correspondência entre órgão, emoção e função:

  • Fígado – Hun: Cólera, governa o movimento psíquico de exteriorização

  • Coração – Shen: Alegria, governa as emoções

  • Baço-Pâncreas – Yi: Preocupação, governa a reflexão

  • Pulmão – Po: Tristeza, governa o movimento de interiorização

  • Rim – Zhi: Medo, governa a vontade de sobrevivência do indivíduo e da espécie


Os tratados de Medicina Chinesa afirmam que o psiquismo determina a vulnerabilidade às doenças. Além dos acidentes (traumatismos e ferimentos), das causas hereditárias e das epidemias, as causas cósmicas, alimentares e psíquicas, afetam a condição de saúde.


Para compor o diagnóstico o acupunturista deverá identificar a origem do problema e aplicar a técnica mais adequada para restabelecer a harmonia, seja tonificar ou dispersar, acelerar ou reduzir, desbloquear ou derivar o fluxo energético, nos locais das perturbações.

Mais informações em http://www.acupunturaconstitucional.com.br

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